1 de novembro de 2010

P E S Q U I S A S

Desde criança escuto falar de pesquisa e nunca dei muita importância. Existem pesquisas de mercado, e pra todo tipo de negócio neste mundo, sujo ou limpo. Nunca ouvi falar que alguém abriu um cabaré, padaria, barbearia ou boca-de-fumo, fazendo pesquisa de mercado. Mas desde que começou a ser feita em campanhas políticas para coagir, alienar e influenciar pessoas ou como forma de pressão aos menos favorecidos, venho acompanhando.
Todo candidato um dia já reclamou de pesquisa, e todo mundo sabe, já ouviu falar, esteve presente ou foi “vítima”, quem ganha uma pesquisa eleitoral elogia e quem perde apenas reclama mas não faz nada, porque sabe que um dia já usou de tais métodos, e poderá usá-los mais tarde.
Nunca fui entrevistado por nenhum instituto de pesquisa e nem conheço em todo esses 58 anos alguém que tenha sido abordado por um entrevistador, também nunca vi em “classificados” de jornais ou mesmo nos SINE’s – (Sistema Nacional de Emprego), algum anúncio ou fila para se candidatar a entrevistador de pesquisa, principalmente eleitoral.
Pesquisador é como Papai Noel, o Boi da Cara Preta, a Mula Sem Cabeça, Saci Pererê ou o famoso LOMBARDI de Silvio Santos do SBT. Meus pais, minhas tias, avós, filhos, netos, agregados, os parentes mais distantes, ou amigos, afinal todas as pessoas que conheci, ninguém jamais viu ou ouviu falar de alguém que foi entrevistado por um PESQUISADOR.
Existem inclusive até regras, normas, que também ninguém sabe explicar pra que servem, e até nº do registro da pesquisa. Agora pra que serve este número também ninguém sabe. Tem estudos científico e tudo mais sobre o assunto, as planilhas e contas apresentadas por donos de pesquisas, são de deixar qualquer trouxa impressionado.
Até conheço um dono de uma pesquisa em Natal. Certa vez perguntei pra ele o que eu deveria fazer pra conhecer um pesquisador. O cara ficou meu inimigo. Se pelo menos eu tivesse conhecido o tal pesquisador... Mas, pesquisas existem, as planilhas, contas, percentagens, existe até “margem de erro”, e quem está perdendo também tem que dizer que acredita, sob pena de ser prejudicado na próxima pesquisa.
Uma vez até encontrei uma pesquisadora, na minha casa eu morava na Coohabinal, (bairro de Parnamirim) e uma jovem chegou para me entrevistar. Confesso que fiquei feliz quando ela disse que era uma pesquisa. Ela entrou, tomou até cafezinho, começaram as perguntas... Lá pras tantas, entendi que ela era da “milícia”, que controlava o bairro, e vinha me oferecer “segurança privada”.
A frustração nem foi tão grande, pois não deixou de ser uma pesquisa. Em Parnamirim as coisas acontecem assim, nas casas são pesquisadas e cadastradas, são colocados na parede um símbolo que indica por qual facção você é “protegido”. E é a coisa mais normal do mundo, a noite passam vários motoqueiros buzinando alucinadamente, pra avisar que é a “ronda” está passando. Quem não paga a milícia que se exploda!
Pesquisa é igual coceira em macaco, não tem quem acabe, todo dia tem uma nova, e ninguém faz nada pra que esse abuso deixe de existir. Na próxima eleição vou colocar a minha pesquisa, afinal é melhor que Bolsa Família, Bolsa Guerrilha, ou mesmo uma "boca" e outros tipos de promiscuidade. Quem sabe eu não construa A Casa da Minha Vida!

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